Giovane: Hoje estamos aqui em
mais uma sexta filosófica com ela que é estudante de psicologia na Universidade
Estadual Do Piauí, é uma moça jovem com grande carisma e cheia de opiniões, além minha colega de classe na turma 47: Maria Gyovanna!!
Gyovanna: Muito obrigada pelo convite, eu só gostaria de lembrar que estou em processo constante de evolução e ainda sou uma estudante da vida e do terceiro período de psicologia também.
Giovane: Então, pode fazer sua apresentação para nós? Quem é Gyovanna? Quais suas questões de vida? Quantos anos você tem? Qual seu signo? E se você pudesse se definir em uma palavra qual seria?
Gyovanna: Bom, eu sou Maria Gyovanna, atualmente tenho 19 anos, estudante do terceiro período de psicologia, trabalho todos os dias da semana atualmente e tenho 3 gatas. Sobre quem sou eu ....... eu procurei me definir por muito tempo, principalmente na adolescência, mas nunca encontrava só uma resposta, até porque eu mudei e continuo mudando muito ao longo do tempo, devido a isso nunca consegui me rotular com clareza. Por isso, eu sou quem eu fui e quem eu quero ser. Meu signo é libra com ascendente em peixes. Ainda estou me descobrindo, mas admiro muito pessoas verdadeiras e com personalidade própria. Não arriscaria me definir em uma palavra, até porque o que hoje sou amanhã posso não ser. Mas, se for pra arriscar seria : persevera
Giovane: Sobre sua questão de
escolha de profissão. Por que Psicologia? O que tem achado dos primeiros anos
de faculdade? Como é ser uma aluna de estadual? Qual a diferença entre ser uma
aluna de escola de elite e agora ser uma aluna de governo?
Gyovanna: Eu escolhi Psicologia porque eu quero poder escutar a dor do outro, e não só escutar, mas ajudar a lidar com o sofrimento. Até o momento está sendo bem interessante, você aprende o que escuta pela mídia sobre psicologia só que com fundamentos teóricos e embasamento científico, o que é bem interessante. Ser aluna de estadual é até que bom, é uma oportunidade que eu conquistei pela minha nota no Enem e que me da a possibilidade de eu me tornar uma profissional altamente qualificada com ajuda do governo e dos impostos da população. A diferença de meio foi muito de acordo com a teoria da escola de acolhimento e a acadêmica. Meu fundamental e ensino médio foi muito voltado para a aprendizagem e sobre minhas relações sociais acabava que eu me sentia distante emocionalmente dos outros estudantes, o que diminuiu os vínculos que eu poderia ter criado e algumas experiências que eu poderia ter vivido.
Giovane: Você em vários momentos se declarou como membro da comunidade LGBTQIAPN+, você poderia nos dizer como está sendo sua jornada como membra de tal comunidade? o que acha desse novo projeto de Lei dos deputados do PL que busca proibir o casamento gay e está em tramitação durante essa semana que nos falamos? Você namora um garoto no momento, pode nos dizer se ele sabe de sua orientação e se compreende? E por último, com foi seu momento Katy Perry “I kissed girl and i like it”?
Gyovanna: Até agora está sendo normal, não sei bem como deveria ser, mas minha sexualidade não interfere tanto nos outros aspectos da minha vida. Eu acho que o governo deveria lutar pelo direito de todos os cidadãos, independente da raça, cor, etnia, orientação sexual, o respeito mútuo deveria ser valor primordial nessas questões, acho injusto segregar e retirar direitos de certas camadas da população por preconceitos pessoais. Ele sabe, compreende e é de boas. Meu momento kissed a girl foi na festa de graduação do ensino médio que eu resolvi beber pela primeira vez e eu queria beijar, não importava quem fosse, terminou que tanto meninos como meninas entraram nessa mesma vibe.
Giovane: Eu fico muito feliz pela maneira tão leve que você fala sobre sua sexualidade, pois apenas de você contar sua experiência isso já ajuda e te faz de exemplo para muitas pessoas. Agora, entrando mais no tempo relacionamento, que é a nossa filosofia de debate de hoje, queríamos te fazer algumas perguntas bem complexas e saber suas opiniões. Lembrando sempre que o “Sexta Filosófica” é uma coluna de opinião aqui no blog e não falamos como especialistas, mas debatemos com opiniões diversos temas. A primeira rodada é sobre relacionamentos monogâmicos, já que você tem um: Como você equilibra a individualidade e a parceria em um relacionamento?
Gyovanna: No meu caso, do meu relacionamento, o
processo foi de idas e vindas. Eu no início não queria algo sério, então a
gente saía quando desse pros dois , quando começou a ficar mais sério, eu
comecei a cobrar atenção, ou melhor exigir, principalmente em momentos que eu
estava “livre” ou adiando afazeres, como se ele, por ser meu namorado fosse
obrigado a estar disponível a meu bel prazer. Com o tempo eu amadureci, percebi
que se eu cuidar de mim e ele cuidar dele, os dois vão estar em paz pra construir um futuro juntos. Até porque as
pessoas são completas e o relacionamento não é pra você achar sua metade, é pra
você dividir sua experiência de vida com alguém. Então, hoje em dia, eu faço
meus afazeres diários, ele também e sempre quando pode a gente se vê, se não da
pra ver, manda mensagem, se tiver corrido fica só no bom dia, boa noite e te
amo e o importante é que eu quero ele do meu lado e ele a mim, e pelo fato de
escolhermos isso, fazemos o possível pra dar certo.
Giovane: Admitir os erros e evoluir é parte essencial do processo... acho bem bonita e madura a maneira como você fala: Errar, evoluir e buscar melhorar. Aprofundando-se mais nessa temática, Como você mantém a chama viva em um relacionamento monogâmico a longo prazo? Como você lida com desafios de comunicação e conflitos em um relacionamento? Como você lida com atrações ou conexões emocionais com outras pessoas fora do seu relacionamento? Como equilibrar os ciúmes e você acha que os relacionamentos monogâmicos são mais estáveis e duradouros do que outros tipos de relacionamentos?
Gyovanna: A chama viva é um aspecto bem
subjetivo, no meu caso, acho que é mais um aspecto da paixão, aquele
nervosismo, duvida, ansiedade antes do encontro, estar perfeito e só mostrar as
qualidades. No momento do meu relacionamento, a gente se vê e se fala sempre
que possível, nem que seja pra passar o tempo junto e isso por si só já deixa
tudo mágico. Desafios de comunicação aconteceram mais no inicio, hoje em dia a
gente conversa, se um se altera, pede licença, dorme, reflete e depois chama
pra conversar e esclarecer. No meu caso, eu mantenho certa distância e evito
conversas ou momentos que possam levar a isso. Nenhum dos dois é muito
ciumento, no meu caso eu não tenho ciúmes, há situações que me incomodam, mas ninguém impede o outro de fazer suas coisas, é só ter bom senso. E sobre
serem mais estáveis e duradouros, isso depende muito mais da dinâmica do
relacionamento, dos integrantes , da construção do relacionamento, na saúde
mental dos envolvidos e uma série de fatores. Não acho que o fato do
relacionamento ser aberto, fechado, monogâmico ou não tenha mais influência que
as outras variáveis.
Giovane: Sobre a questão da traição: Em algumas culturas só se considera traição se tiver sentimentos, eu posso trair, mas quem está na minha casa é minha esposa oficial e é com ela que eu tenho compromisso. Se eu dou umas pisadas fora, e isso não interfere na harmonia familiar, tanto faz. O que você, Gyo, considera traição?
Gyovanna: Pra mim, traição é quando alguém age contra os meus valores, ou valores que eu estabeleci na relação com a consciência que vai me prejudicar. O interessante é ver que traição é algo muito subjetivo, porque os valores também são. Por exemplo, se alguém nutri valores de lealdade, fidelidade e confiança, a traição física pode atingir essa pessoa muito mais ou tanto quanto a traição emocional. Agora se você preza pela confidência, pode ocorrer de você não considerar a relação física do seu parceiro/a com outrem como traição, contanto que ele não exponha sua vida pessoal.
Giovane: Você acredita que é
possível perdoar a traição e reconstruir um relacionamento? Existe alguma
circunstância em que a traição poderia ser justificada? Como a tecnologia, como
as redes sociais e os aplicativos de namoro, afetou os relacionamentos e a
tentação de trair? E Você acredita que a traição pode, em alguns casos,
fortalecer um relacionamento?
Gyovanna: Isso depende, depende da traição, depende dos envolvidos, depende de como está a relação no momento, depende das intenções, não consigo responder simplesmente sim ou não sem refletir sobre as variáveis. Sobre a circunstância isso é muito subjetivo, depende de como o relacionamento foi construído, já ouvi muitos casos em que a pessoa traída perdoou porque o outro não teve a intenção e trair ou estava em um estado de consciência alterado quando o fez. Sobre a tecnologia, é mais estímulos externos, consequentemente, mais oportunidades pra traições e/ou mal entendidos. Hoje em dia, se a pessoa deseja trair, tem apps onde procurar, tem como selecionar e apps para acobertar caso a pessoa assim deseje. Inclusive essa questão entra muito em Zigmmunt Bauman, quando ele fala de amores líquidos, uma vez que as relações estão tão supérfluas que não há solidez na construção e torna-se mais fácil de se desfazer. Se ela pode ou não fortalecer a relação depende da variedade de possibilidades em como a traição ocorreu e os integrantes do relacionamento, mas existem casos relatando o fortalecimento, então não acho que seja impossível.
Giovane: Qual é a importância da comunicação aberta sobre desejos e necessidades sexuais em um relacionamento? Todo fetiche é válido? Você teria um relacionamento aberto?
Gyovanna: Eu diria que é a base, primeiro para se estabelecer um vínculo de confiança, depois de respeito e aceitação, até mesmo de afeto, uma vez que ter desejos é normal e espera-se que você possa se abrir sinceramente para com o seu parceiro, na tentativa de entrar em um acordo e satisfazer ambos. Sobre os fetiches, contanto que não resulte em práticas antiéticas que inflija os direitos dos outros, eu acho válido. Eu sou aberta a experiência , até para poder opinar sobre ela, mas estou ciente que essa decisão não é unilateral.
Giovane: Você acredita que o poliamor é adequado para todas as pessoas ou que é mais adequado para algumas personalidades? Você acha que a sociedade está se tornando mais aberta à ideia de relacionamentos poliamorosos?
Gyovanna: Sobre ser adequado ou não acho que
isso tem muito a ver com o indivíduo, seu estilo de vida e suas expectativas
para o relacionamento, não acho que o relacionamento monogâmico ou poliamoroso
deveriam ser regras fixas as quais todos deveriam cumprir, acho que deveríamos
aproveitar o amor na forma em que ele nos proporcionar mais paz e realização. Creio
que as novas gerações, estão mais abertas a diversidade social, no entanto, fatores
como a família, religião, educação e círculos sociais podem acabar enviesando
muitas pessoas a reproduzir os preconceitos aprendidos.
Adedonha da Gyovanna
Giovane: Uma Série?
Gyovanna: The big bang theory.
Giovane: Pegar um bombeiro gato
ou um policial gato?
Gyovanna: Bombeiro gato, ou melhor, meu namorado fantasiado de bombeiro
Giovane: Um ator?
Gyovanna: O de piratas do Caribe, Johnny Depp
Giovane: Uma frase?
Gyovanna: Meu avô me disse no dia do amigo: Um
amigo é alguém que daria a vida pela sua. E eu sou muito mais que seu amigo”
Giovane: Um conselho para a
Gyovanna do Passado?
Gyovanna: Você é suficiente pra sua vida.
Giovane: Um conselho para a
próxima convidada: Jardiane?
Gyovanna: Peça mais tempo pra responder
Giovana: Como você séria no BBB?
Gyovanna: Não faço ideia.
Giovane: Eduard ou Jacob?
Gyovanna: Tenho vergonha de admitir, mas na
época de Crepúsculo meu coração era do Edward.
Gyovanna: Como assim ? Kkkkkkk
Silencio Cis kkkk
Despedidas
Giovane: Acho que esse foi a sexta filosófica
de hoje com essa maravilhosa guria que como vemos tem muito a falar para o
mundo. Obrigada novamente por aceitar o convite, por responder as perguntas e
por toda a sinceridade. Deixo agora você fazer seus agradecimentos e
considerações finais para o encerramento
Gyovanna: Muito obrigada pelo convite, agradeço
a oportunidade e espero que os leitores gostem!!
Próxima semana Jardiane vem aqui e esperamos
vocês novamente aqui e você também Gyovanna... os comentários estarão sempre
abertos para discussões.
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